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Introdução à Evolução Estelar – Parte I 28/03/2011

Filed under: Astronomia e Astrofísica — Reinaldo S. Caraça @ 19:43

Olá galera,

Quero agora iniciar uma série de posts sobre astronomia e astrofísica com o intuito de mostrar a beleza da união da matemática, física e química na tentativa de se descrever a estrutura do cosmos.

Quem é que nunca parou, mesmo que por alguns poucos instantes, para contemplar o céu ou então se perguntou se existe vida fora da Terra? Ou ainda, quem nunca deu uma olhadinha em horóscopos acreditando na influência celeste sobre nossas vidas?

Pois é, o fascínio pelos céus não é algo recente, mas está intrinsecamente ligado à história da humanidade. As primeiras civilizações inicialmente cultuavam astros celestes como divindades. Ainda hoje diversas destas crenças permanecem vivas.

Posteriormente, passaram a notar que a configuração da esfera celeste se alterava e após determinado período voltava à mesma configuração inicial. Passaram ainda a perceber que era possível utilizar estas configurações como meio de contagem de tempo e de regulador de diversas atividades humanas como, por exemplo, notaram que quando uma configuração celeste era vista ao anoitecer era época em que se ocorriam cheias dos rios locais e chuvas frequentes, sendo época boa para a plantação. Já, associada a outra época (e estrela visíveis) ocorriam grandes estiagens, etc. Aqui surgiram os primórdios dos calendários.

Desta forma, buscaram um meio de mnemônicamente reconhecer qual época era: de chuvas, secas, frio, calor, etc… Para tanto, atribuíram às formas das constelações (coletivo de estrelas) seres mitológicos e animais de sua região. Foi daí que surgiram  os signos do zodíaco: Áries, Touro, Escorpião, … e as demais constelações: Órion, Águia, Centauro, etc…

Quando olhamos estas constelações (que raramente possuem formas que nos lembrem rapidamente os seres que as nomeiam) muitas vezes temos a impressão (errada) de que as estrelas que a formam estão próximas umas das outras. Na verdade, isto é só uma ilusão óptica, e deve-se ao fato de estarem bem distantes da Terra o que nos faz perder a ideia da  distância real que as separam.

Bem, provavelmente, após notar a regularidade do movimento das estrelas, observações mais cuidadosas notaram corpos celestes que não se moviam de modo uniforme entre as estrelas mas, às vezes “andava” mais rapidamente, outras “voltava” em seu percurso ao longo do céu. A estes astros deu-se o nome de planetas que significa “astro errante”.

Até o século XVI eram conhecidos 7 planetas: a Lua (sim! a Lua era vista como um planeta), Mercúrio (o Mensageiro dos Deuses), Vênus, Sol (sim! ele também era considerado um planeta!), Marte, Júpiter e Saturno. E, segundo a concepção reinante, todos giravam ao redor do centro do mundo: a Terra.

Veja que eram conhecidos 7 planetas (astros que desafiavam a ordem dos céus, tinham movimentos próprios e, por tanto, deviam ser “mais poderosos”. Provavelmente, por este motivo foram considerados divindades!)  e a cada 28 dias aproximadamente a Lua voltava a sua forma inicial. Durante este período ela passa basicamente por quatro etapas (ou fases) marcantes: cheia (quando o disco lunar está completo); quarto minguante (quando somente a metado direita do disco da Lua é visível); lua nova (fase em que o disco fica praticamente invisível e quarto crescente (quando somente a metade direita do disco lunar é visível). Estes dois fatos podem ter dado origem à semana, já que 28:4 = 7 = número de “planetas” conhecidos.  Além disso, lunações (intervalo de tempo entre, por exemplo, uma lua cheia e outra)  que corresponde a aproximadamente 28,5 dias serviram como base para o surgimento do mês (aliás, a história dos meses e da distribuição dos dias é muito interessante e em uma oportunidade prometo contar a vocês).

Finalmente, o ano tal qual conhecemos com duração de 365,2425 dias teve origem na observação de um gnômon (gnômon e não gnomo!).

Um gnômon nada mais é do que uma estaca afincada no chão. O que se notou da observação é que a sombra da estaca projetada no chão varia dia após dia, possuindo um valor máximo (que corresponde a uma época de bastante frio: inverno), um valor intermediário (primavera e outono) e um valor mínimo (coincidindo com período de bastante calor: verão). Percebeu-se que entre duas “sombras máximas” levava-se 365,2425 dias e a isto se atribuiu o ano.

Também se verificou, observando a região do pôr-do-Sol (após este ter se “abaixado” no horizonte) que diferentes constelações eram visíveis ao longo dos 365 dias. Mais especificamente, eram doze constelações: as constelações do zodíaco (vale destacar que atualmente está se falando na décima terceira constelação zodiacal: o Serpentário. Hehehe, e agora como ficam as previsões astrológicas? Você pode sempre ter se orientado pelas previsões de outro signo que não lhe pertence! hehehe)

Desta forma, podemos dizer que o calendário que atualmente utilizamos (o calendário cristão) é de influência Luni-Solar, ou seja, baseia-se tanto na Lua quanto no Sol.

Bem, assim fiz uma brevíssima e simplificada introdução à história da astronomia e no próximo post iniciarei o estudo das estrelas propriamente ditas.

Até lá.

 

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